03 Nov

O Brasil é conhecido por ser um país com uma natureza exuberante, sendo destacado pelas suas florestas tropicais. Porém, o Brasil guarda um tesouro: o Cerrado

O Cerrado cobria originalmente quase 25% do território brasileiro, estando presente em todas as regiões do Brasil. Muitas vezes ignorado e confundido como um ambiente seco, de árvores tortas e sem grandes riquezas, o Cerrado abriga uma enorme diversidade, sendo reconhecido como a savana tropical mais rica em espécies vegetais do mundo, com cerca de 12 mil espécies de plantas. Além disso, o Cerrado tem uma rica fauna, com animais como o lobo guará, onças pintadas e pardas, queixadas e catitus, tamanduás, tatus e araras.           

E esta diversidade não se resume apenas ao número de animais e plantas: o Cerrado apresenta uma variedade de paisagens, que vão desde campos abertos até florestas, sendo representado na sua maioria por savanas. Estas savanas têm como elementos principais os capins e ervas, que formam uma camada contínua cobrindo o solo, com uma grande quantidade de espécies de diferentes formas e cores: por isso, para se descobrir a riqueza do Cerrado é preciso olhar para baixo. Arbustos e árvores também fazem parte das savanas, porém o grande tesouro do Cerrado está debaixo da terra: temos praticamente uma floresta de ponta cabeça, que armazena uma grande quantidade de carbono. Além disso, o Cerrado é considerado o berço das águas pois abriga nascentes das principais bacias hidrográficas (Paraguaia, Paraná, São Francisco e Tocantins/Araguaia, por exemplo), e grandes aquiferos subterrâneos (Guarani, Bambuí e Urucuia), portanto, a destruição do Cerrado significa a diminuição da quantidade e qualidade da água afetando não só o abastecimento humano quanto a agricultura e pecuária.           

O Cerrado é antigo, tem milhões de anos. Infelizmente nas últimas décadas, ele vem sendo destruído e transformado em uma das principais áreas de avanço da fronteira agropecuária do país. Por causa disso, milhões de hectares de Cerrado nativo já foram convertidos em pastagens, áreas de cultivo e mineração, colocando em perigo a flora, fauna local e o abastecimento de água. 


Autora: Profa Dra Alessandra Fidelis, Departamento de Biodiversidade, Universidade Estadual Paulista. 

alessandra.fidelis@unesp.br 

Revisores: Christian Berlinck, Lara Steil e Marcelo Santana

Comentários
* O e-mail não será publicado no site.